PLANO DE CURSO DE LITERATURA
Escola:
Série:
2º Ano do Ensino Médio
Ano:
Número total de alunos:
Professor:
Márcio Alessandro de Oliveira
Justificativa:
O ser humano é dotado de cognição,
linguagem e sentimentos. Uma vez que a linguagem verbal, dividida em línguas, é
condicionada pela realidade ao mesmo tempo que também influencia o contexto em
que é usada, é ela que constitui o sujeito e sua realidade interior. Esta
depende do vocabulário e de conhecimentos de mundo (conhecimentos empíricos, do
senso comum), aos quais se acrescentam os conhecimentos escolares e
enciclopédicos. Um deles é o conhecimento metalinguístico, que se constrói
mediante o uso da língua durante o estudo do idioma e de suas normas (os
modelos formal e informal da fala e da escrita). Inevitavelmente, o
conhecimento linguístico depende do contato com textos literários, de que se
extraem as regras da norma culta-padrão e que fogem do lugar-comum do idioleto
cotidiano. É que “o olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê./ É
preciso transver o mundo” (Manoel de Barros, 1998).
Objetivos
gerais:
Este plano de ensino é norteado pelo
desejo de formar cidadãs e cidadãos para uma sociedade democrática, solidária,
plural, cooperativa e ética. Para isso, pretende vincular os conteúdos e as
habilidades da ementa às realidades interna, externa, social e histórica dos
alunos, de modo que possam os discentes interagir com os saberes instituídos e
os instituintes, divulgados em textos científicos e outras fontes presentes nas
referências deste plano. Uma das principais metas é a de desenvolver o gosto
estético do aluno, cada vez mais limitado à mídia e à comunicação de massa e
muito afastado dos procedimentos estéticos dos literatos. Criando as condições
de letramento literário, pautado que é pelos critérios biográfico, histórico e
valorativo ético (conforme Todorov), o curso de Literatura fará uma oposição
épica à desliteraturização (perda de prestígio da literatura), conforme
Santiago (mencionado por Negreiros, 2013, p. 74).
1º
Trimestre: Unidade I: Introdução à Literatura e aos gêneros literários do ponto
de vista rítmico
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Objetivos
específicos
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Conteúdos
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N. de aulas
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Procedimentos
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Recursos
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Avaliações
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1.conceituar
arte;
2.enumerar as
sete artes;
3.vinculá-las
às suas linguagens e matérias-primas;
4.apresentar
conceitos de Literatura;
5.estabelecer
as diferenças entre texto literário e não literário;
6.distinguir a
linguagem (estilo) não literário da literária;
7.exemplificar
a denotação e a conotação;
8.mostrar que o
uso de figuras de linguagem não é exclusivo da literatura por ser antes de
tudo um processo cognitivo;
9. listar alguns
binômios e resumi-los, mesmo que só venham a fazer sentido em aulas
posteriores: estilo de época e estilo individual; conteúdo e forma; autor e
obra; realidade interior e realidade exterior; poema e prosa; tradição e
ruptura, polissemia (plurissignificação) das palavras, ambiguidade, etc.;
10.expor a
relação entre Apolo, pai de Esculápio[1],
e as musas e a relação entre Pégaso e poesia;
11. revelar que
Pégaso é signo da poesia.
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1.Apresentação
do acordo de boas maneiras, do curso e da ementa (ou deste plano de curso). 1.1 Arte não literária e Literatura:
os conceitos de arte, as sete artes, os conceitos de literatura, o paradigma
científico dos Estudos Literários, o texto literário e o não literário,
linguagem literária e não literária, denotação e conotação, conteúdo e forma,
procedimentos estéticos e outros binômios que ocorrerem ao professor durante
a confecção do plano de aula, em que será sempre incluído um pré-requisito. O
pré-requisito da primeira aula será o caso da Escola Base, que prova que a
verdade e a ficção são socialmente condicionadas.
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Duas (2) ou três (3).
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Aula
expositiva dialogada.
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Pilot, quadro,
folhas de poemas[2],
livro didático, uma imagem de Pégaso, uma lista de binômios e possivelmente
um texto de abertura para o curso. Outros recursos: imagens das nove musas,
de Apolo, uma escultura de Rodin, o balé de Maurice Béjat e um filme de
Felini.
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Avaliação
de sondagem e avaliação formativa com questões de múltipla escolha e
correlação entre colunas.
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1. catalogar as
principais figuras de linguagem;
2. distinguir as
figuras de pensamento das de sintaxe, como o quiasmo, a anástrofe e o
anacoluto.
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2. Figuras de
linguagem: figuras de pensamento e figuras de sintaxe; literaturidade (uso
especial do idioma) e estranhamento.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Pilot, quadro e
apagador.
Aparelho
de som para a reprodução de “Se essas paredes falassem”.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
Leitura
do poema A mosca azul, de Machado
de Assis.
Para
o lar: pesquisa sobre as figuras de linguagem.
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1.
distinguir a prosa da poesia;
2.
identificar aliterações;
3.
reconhecer assonâncias;
4.
notar os cacófatos;
5.
contar as rimas;
6.
perceber a métrica;
7.
classificar os versos de acordo com o número de
sílabas contadas no processo de escansão.
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3.Os gêneros
literários do ponto de vista rítmico e formal: textos em prosa, poemas,
poesia e poema em prosa; 3.1. Procedimentos
estéticos dos poetas: assonância, aliteração, colisão, cacófatos, métrica
(escansão) e tipos de verso; tipos de rima, tipos de soneto, estrofação e
paralelismo em forma de refrão (estribilho).
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Aparelhos
audiovisuais para a exibição de dois videoshows de Kokia, que canta Chowa Oto [Sons Harmoniosos].
Poemas
XXXVI e XL de O guardador de rebanhos
(p. 224 de Obra Poética, de Fernando Pessoa).
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Avaliações
formativas: maiêutica e debate sobre a canção de Kokia.
Escansão
de poemas.
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2º Trimestre:
Unidade II: Os gêneros do ponto de vista do conteúdo
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Objetivos específicos
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Conteúdos e habilidades
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N. de aulas
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Procedimentos
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Recursos
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Avaliações
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1. distinguir,
numa visão panorâmica, os gêneros literários.
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1.Os gêneros do
ponto de vista do conteúdo: o lírico, o épico, o dramático e o narrativo.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel e apagador.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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1. identificar
as marcas do gênero lírico em sonetos e outros gêneros de poema;
2. identificar
a função da linguagem predominante na maioria dos poemas líricos e também em
poemas que não façam parte dessa maioria: a função emotiva, de que fala Roman
Jakobson.
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2.O gênero
lírico: o eu físico e o eu poético. 2.1.
Soneto, elegia, ode, idílio, écloga e poema em prosa.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Folhas
com poemas, tais como: Violões que
choram, de Cruz e Sousa, e A um
poeta, de Olavo Bilac; televisão para a reprodução de vídeos musicais que
contêm as canções Laços de Flor, de
Rodrigo Rossi e Melissa Matos, e On the
Rocks, de Ricardo Cruz.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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1. identificar
as características dos mais conhecidos textos épicos do ocidente;
2. identificar
a função referencial da linguagem nos textos épicos.
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3.O gênero
épico: as epopeias: A Ilíada, A Odisseia, Gilgamesh, A Eneida e Os Lusíadas.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel, apagador e cópias de excertos das epopeias.
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Avaliação
formativa: leitura dos textos.
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1. conceituar a
mímesis;
2.conceituar a
catarse;
3. apontar as
características da tragédia e da comédia e sua relação com o drama;
4. mencionar a
questão do riso e seu caráter contestador ou subversivo.
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4.O gênero
dramático: comédia (gênero “baixo”) e tragédia (gênero “elevado”), mímesis e catarse: A greve do sexo, de Aristófanes, Édipo Rei, Hamlet, de Shakespeare, e autos de Gil Vicente.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Televisor
para a exibição dos filmes Hamlet
(com Mel Gibson) e O nome da Rosa.
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Avaliação
formativa: leitura dos textos.
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1. distinguir
romance de novela e resumir a história de cada gênero;
2.expor as
características do conto.
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5.O gênero
narrativo: a prosa de ficção: o conto, a novela e o romance.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Cópias
do conto Venha ver o pôr do sol.
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Avaliação
formativa: leitura do texto seguida de debate.
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1.
enumerar e exemplificar os elementos da narração.
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6. Os elementos da narrativa: o
quando, o onde, o quem, o como e o porquê.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Cópias
do conto Venha ver o pôr do sol.
Páginas
178-181 de Redação com base na
Linguística.
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Avaliação
formativa: leitura do texto seguida de debate.
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1.Expor em linhas gerais o quadro
sinóptico das literaturas portuguesa e brasileira.
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7.Exposição do
quadro sinóptico do gêneros do ponto de vista rítmico e formal e do ponto de
vista do conteúdo.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel e
apagador.
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Avaliação
formativa ora: maiêutica.
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3º Trimestre:
Unidade III: Manifestações literárias, estilos de época (escolas literárias) e
literatura como sistema literário
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Objetivos
específicos
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Conteúdos e
habilidades
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Procedimentos
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N. de aulas
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Recursos
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Avaliações
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1. conceituar
ficção e referências que a ela são relativas;
2. distinguir a
coerência interna da externa;
3. expor, de
modo sucinto, a técnica de interpretação de sonhos de Freud e os pressuposto
a ela inerentes (consciente, inconsciente e id).
4. definir
símbolo, alegoria e aplicabilidade.
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1.Ficção,
coerências interna e externa, sonho (na teoria de Freud), fantasia,
aplicabilidade, alegoria e símbolo.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Aparelhos
audiovisuais para a reprodução de documentário sobre o caso Escola Base.
Cópias
do prefácio de O Senhor dos Anéis.
Cópias
de trechos do romance O Mundo de Sofia
e do livro Acuso!.
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1. definir
estilo ou escola de época;
2. definir estilo
individual e estilística;
3. conceituar o
cânone literário;
4. definir e
exemplificar a intertextualidade;
5. distinguir a
intertextualidade implícita da explícita.
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2.Conceito de
estilo ou escola de época: os períodos literários; o quadro sinóptico das
literaturas portuguesa e brasileira e dos cânones literários; a
intertextualidade.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Televisor
para a exibição do episódio A farsa do
livro, do seriado Os Simpsons.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica. A primeira pergunta é esta: O que diferencia o rock dos anos 1980 do de outras
épocas? E o funk ostentação? A intenção é fazer uma analogia com os estilos
de época.
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1.
Conceituar o Romantismo;
2. enumerar outras
artes românticas e alguns nomes importantes a elas vinculados;
3. enunciar os
marcos inicial e final nos dois países (Portugal e Brasil);
4. apontar fatos
históricos e fatores ideológicos que podem ter condicionado as obras
literárias românticas;
5. denominar
algumas das características da literatura romântica;
6. mencionar
autores, biografias, obras e reação do público de suas épocas.
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3. O Romantismo
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel e apagador.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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Objetivo geral: Expor, em
linhas gerais, os fatores históricos, econômicos, sociais e biográficos que
condicionaram a obra de Machado de Assis, com ênfase no romance Dom Casmurro.
(Crítica ao objetivo: Na aula de Literatura, deveria o texto literário ser o
centro de gravidade das atenções, mas ele deve o que é ao tempo em que viveu
o autor.)
Objetivos
específicos:
1º: resumir a
vida de Machado de Assis, cujas experiências lhe condicionaram a prosa;
2º: enumerar
suas obras com datas de publicação, dividi-las em fases e apontar suas
características;
3º: registrar o
contexto histórico de Machado, que condiciona a literatura (não é só o
contexto histórico que condiciona a literatura: para Tzvetan Todorov, a vida
do autor também faz isso);
4º: apontar os
elementos do conteúdo e da forma do romance sem deixar de considerar o
momento histórico de sua produção e de sua publicação.
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4. Machado de
Assis (1839-1908) e o romance Dom
Casmurro (1899).
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel, apagador e excertos do romance.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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Mesmos
objetivos do tópico anterior.
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5. Machado de
Assis (1839-1908) e os romances Memórias
Póstumas de Brás Cubas (1880-81) e
Quincas Borba (1886-1891).
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Quadro,
pincel, apagador e excertos do romance.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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1. distinguir,
conforme os tópicos anteriores, o Naturalismo do Romantismo;
2. apontar
características do romance O Mulato
(1880) em consonância com o fatores históricos e ideológicos.
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6. Aluísio
Azevedo e o Naturalismo.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel e apagador.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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1.
definir o Parnasianismo;
2.
compreender poemas de Olavo Bilac de acordo com os
fatores históricos e ideológicos.
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7.
Olavo Bilac e o Parnasianismo.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel e apagador.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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1.
compreender poemas de Cruz e Sousa e Charles
Baudelaire em consonância com fatores históricos e ideológicos.
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8.
Decadentismo e Simbolismo.
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1.
fazer um panorama da obra de Fernando Pessoa com
base nas características gerais de sua produção literária e no contexto
histórico.
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9.
Fernando Pessoa (188-1935).
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel e apagador.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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1.
discutir o conceito de literatura segundo o qual é
uma escrita imaginativa altamente valorizada a partir da diferença entre
verdade e mentira e a partir da desvalorização ideológica da literatura ou de
certos autores.
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10.Aula de
encerramento: reflexões em torno do conceito de literatura baseadas em Admirável Mundo Novo, no caso da
Escola Base e nas considerações de Terry Eagleton.
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Aula
expositiva dialogada e leitura seguida de comentários.
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Quadro,
pincel e apagador.
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Avaliação
formativa oral: maiêutica.
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Observações:
1ª observação: Uma vez que se
enumeram e se explicam os fatores ideológicos de compreensão dos textos
literários, cabe deixar explícito o conceito de ideologia adotado por este
plano, que está em consonância com o materialismo histórico e a evolução das
classes sociais (escravizado e senhor, servo (vassalo) e suserano (era da
nobreza) e assalariado e patrão (era do “cidadão” e da burguesia como classe
dominante)). Tal conceito é definido por Marilena Chauí (1997, p. 3) nos termos
seguintes:
não é apenas a representação imaginária do
real para servir ao exercício da dominação em uma sociedade fundada na luta de
classes, como não é apenas a inversão imaginária do processo histórico na qual
as ideias ocupariam o lugar dos agentes históricos reais. A ideologia, forma
específica do imaginário social moderno, é a maneira necessária pela qual os
agentes sociais representam para si mesmos o aparecer social, econômico e
político, de tal sorte que essa aparência (que não devemos simplesmente tomar
como sinônimo de ilusão ou falsidade), por ser o modo imediato e abstrato de
manifestação do processo histórico, é o ocultamento ou dissimulação do real. Fundamentalmente,
a ideologia é um corpo sistemático de representações e de normas que nos “ensinam”
a conhecer e a agir. A sistematicidade e a coerência ideológicas nascem de uma
determinação muito precisa: o discurso ideológico é aquele que pretende
coincidir com as coisas, anular a diferença entre o pensar, o dizer e o ser e,
destarte, engendrar uma lógica da identificação que unifique pensamento,
linguagem e realidade para, através dessa lógica, obter a identificação de
todos os sujeitos sociais com uma imagem particular universalizada, isto é, a
imagem da classe dominante.
2ª Observação: É
indispensável que, durante o emprego da maiêutica, o professor pergunte aos
alunos qual palavra entre o início e o fim de uma frase é verbo. Em caso de
dúvidas dos alunos, deve propor que tentem conjugar nomes, tais como as
palavras cadeira, mesa e chão. Não faz sentido dizer “eu cadeira, tu cadeira,
ele cadeira”, mas é lógico dizer “eu cheguei, tu chegaste, ele chegou”. Esse
teste é a prova cabal: dissipa quaisquer dúvidas. Todos os alunos precisam
reconhecer o verbo; do contrário, continuarão chegando ao ensino médio (e
talvez ao ensino superior) sem que saibam conscientemente o que é essa classe
gramatical.
3ª observação: As coerências
interna e externa de qualquer texto vêm a reboque; os diferentes tipos de
coesão também.
4ª observação: Pretende-se
que cada aula seja dividida em cinco partes:
1ª parte: revisão do
conteúdo da aula anterior;
2ª parte: lançamento do
conteúdo novo da aula;
3ª parte: explicação e
exemplificação do conteúdo novo;
4ª parte: fixação da
matéria por meio de exercícios;
5ª parte: dúvidas dos
alunos.
5ª observação: Os
pressupostos teóricos abaixo presidem à metodologia e aos procedimentos de
ensino deste plano tanto quanto o supracitado conceito de ideologia:
Os três tipos de
conteúdo
conteúdos
atitudinais:
são os valores que o aluno constrói e carrega, tais como: respeito para com
todos os que estão ao seu redor, respeito à autoridade e à instituição
escolares e respeito ao patrimônio;
conteúdos
procedimentais:
são um conjunto de habilidades, como folhear o índice de um livro ou consultar
um dicionário (e não apenas o Google);
conteúdos
conceituais:
são os conteúdos específicos das diferentes disciplinas.
Os tipos de conteúdo podem se unir: Numa
aula de Português, por exemplo, eu posso dizer que não há apenas uma forma de
dizer determinada frase, que varia de acordo com vários fatores, dos quais um é
o nível de formalidade. A partir disso, eu poderia deixar claro que não há
apenas um modelo linguístico correto ou superior aos outros. Dessa forma, eu
desenvolveria não apenas um conteúdo específico da disciplina, mas também um
valor, isto é: um conteúdo atitudinal. Este, por sua vez, poderia gerar outro:
os alunos deixariam de zombar de um colega que tivesse sotaque.
O grande desafio hoje é desenvolver
conteúdos atitudinais. Sem eles, os alunos não vão folhear livros, não vão
valorizá-los e consequentemente não vão desenvolver os outros dois tipos de
conteúdo. Detalhe: os conteúdos atitudinais dizem respeito à ideologia, que não
é vista como tal e que está ligada ao currículo oculto.
Os três tipos de
avaliação
avaliação
diagnóstica:
É uma avaliação de sondagem. Não saber, assim como o próprio saber, não é uma
doença. Tenta averiguar o que o aluno sabe, o que não sabe, o que é capaz de
fazer em prova e se já tem pré-requisitos para as matérias do novo ano escolar,
o que se coaduna bem com dois conceitos: o de zona de desenvolvimento proximal,
que é formada pelo que o aluno não sabe, mas já é capaz de aprender por já ter
os pré-requisitos; e o conceito de zona de desenvolvimento real, formada pelo
que o aluno realmente já sabe ou já é capaz de fazer. Tais zonas são taxinomias
de Lev Semyonovich Vygotsky, uma das tantas e tantas inteligências que a Rússia,
minha segunda pátria-mãe, forneceu ao mundo. Um exemplo: quando uma criança
sabe somar, diminuir e multiplicar bem, tais habilidades, devidamente
cristalizadas, compõem a zona de desenvolvimento real; a divisão, por sua vez,
está na zona de desenvolvimento potencial.
avaliação
formativa:
É usada para construir ou formar o conhecimento. Todas as atividades em sala
são avaliações formativas. Seu objetivo não é proporcionar nota, mas sim fazer
com que o aluno expanda a zona de desenvolvimento real. Está diretamente ligada
ao método e, consequentemente, à metodologia de ensino.
avaliação
somativa:
Seu compromisso não é com o conhecimento, mas sim com atribuição e soma de
notas.
ALVES,
Ida et al.. Literatura Portuguesa II.
Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2014.
ALONSO,
André. Bases da Cultura Ocidental.
ARANHA,
Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.
ARISTÓTELES.
Sobre a arte poética. Trad. Antônio
Mattoso e Antônio Queirós Campos. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.
ASSIS,
Joaquim Maria Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Gráfica Editora Brasileira LTDA,
sem ano.
AZEVEDO, Álvares
de. “Dreams! Dreams! Dreams!” In: ______. Poesias
completas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1962, p. 56-57, Apud INFANTE, Ulisses. Curso
de literatura de língua portuguesa (volume único). São Paulo: Scipione,
2001, p. 266-267.
______.
Pálida inocência. In: ______. Lira dos
vinte anos. São Paulo: Martin Claret, 2006, pp. 200-201.
______.
Minha musa. In: ______. Lira dos vinte
anos. São Paulo: Martin Claret, 2006, pp. 200-201.
BARROS,
Manoel de. Livro sobre nada. 7. Ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.
BAUDELAIRE,
Charles. As Flores do Mal. Trad.
Mário Laranjeira. São Paulo: Martin Claret, 2011.
Base
Nacional Comum Curricular.
BRANDÃO,
Jacyntho Lins. Prefácio. In: ARISTÓTELES. Sobre a arte poética. Trad. Antônio
Mattoso e Antônio Queirós Campos. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.
BECHARA,
Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa.
37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BILAC,
Olavo. Poesias. São Paulo: Martin
Claret, 2011.
BORBA,
Maria Antonieta Jordão de Oliveira. Aula 14: Teoria da interpretação e
Projeção. In: ______; FIGUEIREDO, Carmem
Lúcia Negreiros; FRANÇA, Júlio; MORAES, Anita M. R.. Teoria
da Literatura II. Rio de Janeiro:
Fundação Cecierj, 2013.
BOSI,
Alfredo. História concisa da literatura
brasileira. 51. ed. São Paulo: Cultrix, 2017.
CAMÕES,
Luís de. Os Lusíadas. São Paulo:
Martin Claret, 2012.
______.
Os Lusíadas. Edição bilíngue com a
tradução inglesa de Sir Richard Francis Burton. São Paulo, SP: Landmark, 2017.
CÂNDIDO,
Antônio. Literatura e Sociedade. 9. ed., revista pelo autor. Rio de Janeiro:
Ouro sobre Azul, 2006.
CATELLI,
Roberto. Conexão História (v. 1). 1.
ed. São Paulo: Editora AJS, 2013.
CARPEAUX,
Otto Maria. A literatura greco-latina por
Carpeaux. São Paulo: Leya, 2012.
CHKLOVSKI,
V. A.. A arte como procedimento. In:______ et al. Teoria da literatura: formalistas
russos. Porto Alegre: Editora Globo,
1978, pp. 39-56.
CHAUÍ,
Marilena. Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas. 7. ed.
São Paulo: Cortez, 1997.
______.
O que é ideologia.
CHAUVIN,
Jean Pierre. As fases e faces de Machado de Assis: homem, obra e crítica. In: ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Helena. São Paulo: Martin Claret, 2002-8.
COTRIM,
Gilberto. História Global: Brasil e
Geral (vol. único). 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COLOMER,
Teresa. Introdução à literatura infantil
e juvenil atual. Trad. Laura Sandroni. 1. ed. São Paulo: Global, 2017.
CINTRA,
Lindley; CUNHA, Celso. Nova Gramática do
português contemporâneo. 5ª edição, 7ª reimpressão. Rio de Janeiro:
Lexicon, 2008.
EAGLETON,
Terry. Teoria da Literatura: uma
introdução. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
FARACO,
Carlos Emílio; MOURA, Francisco Mato. Literatura
Brasileira. 17. ed. São Paulo:
Editora Ática, 2003.
FILHO,
Emmanuel Pereira. Estudos de Crítica
Textual. Rio de Janeiro: Edições Gernasa, 1972.
FISCHER,
Ernst. A necessidade da arte. Trad.
Leandro Konder. São Paulo: Círculo do
livro, sem data.
FLORENTINO,
Adilson; MARTINS, Angela M. Souza; CARINO, Jonaedson; SÁ, Marcia Souto Maior
Mourão; SILVA, Marco; THOMAZ, Sueli Barbosa; WILKE, Valéria. Fundamentos da Educação I. Rio de
Janeiro: Fundação Cecierj, 2008.
GAARDER,
Jostein. O Mundo de Sofia: romance da
história da filosofia. 1. ed. São Paulo: Compainha das Letras, 2012.
HUGO,
Victor. Do Grotesco e do Sublime
(Tradução do Prefácio de Cromwell).
Trad. Celia Berretini. São Paulo: Perspectiva, sem ano.
HUXLEY,
Aldous. Admirável Mundo Novo. 22. ed.
Trad. Lino Vallandro e Vidal Serrano. São Paulo: Globo, 2014.
INFANTE,
Ulisses. Curso de Literatura de Língua
Portuguesa. 1. ed. São Paulo:
Scipione, 2001.
KEMPINSKA,
Olga Guerizoli; SOUZA, Roberto Acízelo Quelha de. Teoria da Literatura I (volumes 1 e 2). Rio de Janeiro: Fundação
Cecierj, 2012.
LAJOLO,
Marisa. Do mundo da leitura para a
leitura do mundo. 6. ed. São Paulo: Editora Ática, 2002.
LINS,
Ronaldo Lima. O livro e seus algozes:
razões da desrazão. Rio de Janeiro: Mauad X, 2017.
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[1] A importância de Esculápio está
em que, segundo o dicionarista Soares Amora, a semiótica é a análise dos
sintomas. A literatura pode ser um sintoma neurótico, embora Todorov não
recomende que seja reduzida a um sintoma. É uma prática de linguagem, e
portanto está lidada à Semiótica e à Linguística. Como está ligada às musas,
também está ligada a Apolo, pai de Esculápio.
[2] “Liberdade”, de Fernando Pessoa,
e o poema de Castro Alves que fala de livros, presente em Espumas Flutuantes, são dois dos poemas que não podem faltar na
antologia.
[3] Estarão em constante
atualização.
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